Mercado imobiliário encara incertezas devido

A equipe convidou os executivos dos bancos Bradesco, Itaú Unibanco e Santander para abordar o tema, discutindo possíveis impactos do desempenho da taxa de juros, a Selic, no segmento, além de citar as previsões para os próximos meses no setor.

O economista do banco Bradesco, Thiago Angeles, contou que possui uma visão otimista do cenário. “Há uma dinâmica de acomodação acontecendo. O país deve se estabilizar ao longo dos próximos trimestres em um crescimento muito próximo de zero, resultado desse aperto da política monetária. A exceção é o primeiro trimestre, quando ocorre uma grande incorporação dos números do agro. Esse dado é importante para entender qual será a dinâmica de 2023”, explicou.

O presidente da CII, Celso Petrucci, demonstra uma confiança ainda maior no setor. Segundo ele, “a história já demonstrou que o mercado imobiliário é cíclico e foi superando crises ao longo dos anos. Hoje, as maiores operações bancárias são as de crédito imobiliário, principalmente as de pessoa física. É a carteira com maior garantia e com menor inadimplência, uma das operações mais seguras”, argumentou.

Por outro lado, o diretor de Crédito Imobiliário do Bradesco, Romero Albuquerque, apresenta uma visão equilibrada do mercado. Ao mesmo tempo que cita as quedas nos lançamentos e vendas, ele afirma que não há sobreoferta de imóveis. “Se a gente parasse hoje, o estoque acabaria em novembro a nível nacional. É um mercado ainda saudável”, ponderou. Romero também afirmou que as próximas decisões oriundas das negociações com os incorporadores dependem das definições de agendas de governo e seus impactos sobre os índices fiscais, além da reforma tributária.

Para o superintendente do Itaú-Unibanco, Milton d’Ávila, os dois últimos anos foram superlativos, os melhores em concessão de crédito imobiliário em qualquer esfera de discussão. “Ainda que 2023 seja um cenário desafiador, ainda é possível ser o terceiro maior ano da história”, sugeriu.

Uma das novidades trazidas pelo banco, segundo d’Ávila, é o subsídio de taxa para projetos sustentáveis, denominado plano empresário verde. “Iniciamos com uma parceria com a FC Ambiental, EDGE, e hoje trabalhamos com os melhores selos do mercado”, declarou. Já são R$ 3 bilhões em financiamentos de projetos dessa modalidade”, enfatizou.

Para ele, uma das expectativas é o aumento do número de canteiros de obras nos próximos dois anos. Acerca do custo de mão de obra, d’Ávila afirmou que o pior já passou, mas o cenário deve ser observado. “Os juros estão mais altos, mas a conta ainda fecha”, refletiu. Como as vendas estão ocorrendo, a gente deve passar com muito mais tranquilidade do que em 2014 e 2017″, destacou. “As empresas se reinventaram e estão investindo em governança, com um alto nível de organização, profissionalismo e menor número de dívidas”, concluiu.

Sobre as modalidades de financiamento, o executivo de Negócios do Santander Brasil, Sandro Gamba, afirmou que, atualmente, o banco só opera na pessoa jurídica com taxa indexada e privilegia o financiamento para pessoas físicas com o recurso do SBPE. “Vimos que, em janeiro de 2023, a saída da poupança foi recorde, então entendemos que esse cenário pode continuar”, explicou. “A gente tem que discutir outras propostas e formatos para a garantia dos próximos financiamentos”, completou.

O presidente da CII, Celso Petrucci, reafirmou que o encontro foi uma relevante oportunidade para reunir parceiros e dialogar acerca de propostas inovadoras para o ambiente de negócios. “A participação de executivos dos bancos é importante e estratégica para a compreensão do cenário como um todo e para pensar caminhos viáveis para melhores créditos imobiliários, especialmente para pequenas e médias empresas”, finalizou.

Fonte: www.aecweb.com.br

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